quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tempo e tempos.



Queria que o tempo me levasse para os jogos de bolinha de gude, para os braços da minha avó, para os momentos que procurava os ovos de páscoa escondidos no quintal. Queria poder ouvir as piadas do meu tio que se foi, queria voltar a inventar meus brinquedos de infância, de inventar aquela velha escova de dente elétrica com as partes do meu autorama que não existe mais...
Queria ter aqueles olhos que podiam ver simplicidade em tudo. Queria poder "ser" o Ceia enquanto você "era" o shiryu do "Cavaleiros dos Zodiaco". Queria poder voltar a gostar de TV colosso, ou ter paciência para assistir TV à tarde. Queria ter tamanho para voltar a ser o primeiro da fila na entrada do colégio, queria voltar a "comer banco" nos jogos da educação física. Queria ser aquele garoto que se apaixonava fácil, aquele que viravam de cabeça para baixo, aquele mesmo garoto que nem sabia que os atos de bullying dos meninos mais altos do primário tinham nome. Queria poder voltar a gostar daqueles livros de literatura, de me interessar pelos desenhos deles...
Queria poder rever os velhos amigos, ver como eles estão, rir com eles e chorar com eles. Enfim, de relembrar os velhos tempos. 

O tempo passou e levou muitas coisas, me deixando apenas com as lembranças de momentos que não mais retornarão e talvez serão úteis para alguém além de mim. A verdade é que as vezes tenho medo de que esse tempo um dia me faça sentir completamente só. 
Lembranças não bastam para sermos felizes se não tivermos conosco tudo aquilo que fez com que as lembranças existissem em nós. Não quero reviver o passado, apenas queria poder abraçar mais do que as lembranças que restaram dele. Acredito que Deus nos deu o tempo para nos ajudar a ver como as nossas decisões influenciam o que nós iremos sentir no futuro e como certas coisas não dependem apenas de nós para acontecerem.

No mais, acho que aquela velha frase em latim "Carpe Diem" nos diz muito de como devemos tentar aproveitar ao máximo o tempo que temos, porém de forma não egoísta.

Obrigado velho Horácio, ou melhor que tal recordamos um pouco de outros pensadores: 

No livro de Robert Herrick, "To the Virgins", na poesia "to Make Much of Time"




"Gather ye rosebuds while ye may"
(Colha seus botões de rosa enquanto podes). 

Poeta chinês, da dinastia Tang, conhecedor de provérbios bastante parecidos com o que escreveu Herrick:

花開堪折直須折,莫待無花空折枝。
(Colha a flor quando florescer; não espere até não haver mais flores, só galhos a serem quebrados)

domingo, 5 de junho de 2011

Brasil das Oportunidades



Nada me deixa tão entusiasmado do que ver o indice Ibovespa disparar enquanto as bolsas ao redor do mundo caem. Porém ultimamente a crise da Grécia, juntamente com a situação econômica dos EUA aliados com a própria expectativa da política econômica para contornar a inflação fizeram da bolsa de valores brasileira um terreno difícil para investir. Muitos investidores deslocaram capital para fundos de renda fixa, os estrangeiros tiraram boa parte de seus investimentos fazendo com que as ações de blueships como Petrobras e Vale despencassem se comparadas à períodos anteriores. Onde está o otimismo para com os emergentes?
As opiniões dos analistas divergem em diversos pontos quando se fala nas projeções a curto prazo, mas não podemos negar que a longo prazo a situação é muito favorável. A Petrobrás cogita em elevar a sua produção a proporcões exponenciais, a Vale mantem seus ativos estáveis apesar das últimas noticias pessimistas no mercado financeiro. O que eu acredito é que se existe uma hora de investir, essa hora é quando todos estão pessimistas em relação a um futuro desconhecido, porém é nessa hora que a expectativa embasada em uma análise estruturada transforma o risco em um mecanismo de alavancagem das aplicações realizadas.
 Em suma, investir na crise foi e ainda é a receita para o sucesso financeiro, desde que o investidor saiba como aplicar.